Superman (2025)
- Diego Nicolau
- 9 de jul.
- 3 min de leitura
Olhe pra cima… porque está vindo um filmaço.

James Gunn entrega em Superman (2025) exatamente o que se esperava de um recomeço para o DCU — mas mais que isso, ele entrega um filme que entende o personagem de verdade. Desde os primeiros minutos, a sensação é clara: estamos assistindo a uma história em quadrinhos viva. Não só pelo visual colorido e a movimentação de câmera dinâmica, mas pela forma como os personagens são construídos, como o roteiro avança com ritmo, e como cada cena parece ter saído diretamente das páginas clássicas da DC.
Diferente dos últimos filmes que tentaram reimaginar o Superman pela dor, pelo trauma ou pela escuridão, aqui o herói já está estabelecido. Não há longas explicações de origem ou recontagens cansativas. Clark Kent já é o Superman, e a trama está mais preocupada em mostrar como ele vive em Metrópolis, como se conecta com as pessoas e como carrega o peso de ser o maior símbolo de esperança da humanidade. David Corenswet acerta em cheio no papel. Ele tem presença, carisma e principalmente uma doçura que muitos atores não conseguiram entregar. Ele olha o mundo com empatia, e mesmo nos momentos de tensão, nunca perde o que faz do Superman… o Superman.
Mas o que realmente faz o filme funcionar com força é o trio central. A dinâmica entre Clark, Lois e Lex é magnética. Rachel Brosnahan traz uma Lois Lane afiada, inteligente, sarcástica e determinada, mas também humana. A química entre ela e Corenswet é natural, quase inevitável, e isso fortalece o filme emocionalmente. Já Nicholas Hoult aparece com um Lex Luthor à altura. Sem exageros, sem caricaturas. Seu Lex é frio, manipulador, cínico e extremamente carismático. Quando ele está em cena, tudo muda de temperatura. E quando ele divide a tela com o Superman, o filme alcança alguns dos seus momentos mais intensos.
Outro grande acerto está na forma como James Gunn começa a construir o novo universo sem atropelar o filme. A presença de outros heróis é bem dosada. Guy Gardner, Hawkgirl, Mr. Terrific e Metamorpho aparecem com personalidade e carisma, mas sem roubar o foco. Eles estão ali pra mostrar que esse mundo é maior, que há espaço pra mais histórias, mas sem jamais tirar do Superman o protagonismo. Gunn tem a mão firme o suficiente pra manter a trama centrada, mesmo com tantas peças sendo apresentadas.
A ação é bem dirigida, com efeitos eficientes e boas coreografias, mas o que mais impressiona é o coração do filme. Ele tem emoção. Ele tem momentos bonitos, de parar, respirar e sentir. Não é só correria e explosão — tem humanidade. O roteiro, que também é assinado por Gunn, equilibra bem o humor, o drama e o heroísmo. Os diálogos são rápidos, naturais e, muitas vezes, recheados de referências aos quadrinhos, mas sempre com propósito narrativo. Nada soa gratuito. Tudo contribui para reforçar a ideia central de que o Superman é um herói que acredita nas pessoas.
Claro, o filme não é perfeito. O terceiro ato talvez pese um pouco no CGI, e o excesso pode cansar alguns. Além disso, há personagens que poderiam ter mais tempo de tela especialmente alguns da equipe de apoio. Mas essas são questões pequenas diante do que funciona. Porque o que funciona aqui funciona muito. Funciona a ponto de nos lembrar por que o Superman é um personagem tão importante, tão icônico, e por que ele merece estar no centro do novo universo da DC.
Superman (2025) é mais do que um reboot. É uma declaração de princípios. É um filme que acredita que o heroísmo ainda pode emocionar, que um personagem bom, gentil, justo e esperançoso ainda pode ser relevante em pleno 2025 Nota:9.0/10





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