Quarteto Fantástico (2025)
- Diego Nicolau
- 25 de jul.
- 2 min de leitura

Quarteto Fantástico tem estilo, mas parece que esqueceu de andar. Visualmente, é um colírio retrô-futurista que encanta. A estética lembra muito uma HQ clássica, o que é, de longe, o maior trunfo do filme. A ambientação é cuidadosamente construída, com cenários e figurinos que realmente te transportam pra uma outra era, e até a trillha contribui pra esse charme visual. Mas o problema é que a beleza não dá conta de segurar a narrativa e é aí que o filme tropeça feio.
Logo nos primeiros minutos, o ritmo já denuncia que vai ser difícil manter a atenção. A trama é simples demais, sem nuances ou surpresas. O roteiro se arrasta em cenas expositivas, diálogos mastigadinhos, quase como se o filme não confiasse na inteligência do público. Dá sono. E não é um sono provocado por densidade, é tédio mesmo. Em alguns momentos, a sensação é de estar assistindo a um episódio piloto estendido, tentando dar conta de apresentar personagens, universo e conflito ao mesmo tempo, sem desenvolver bem nenhum desses pontos.
O elenco até se esforça. Pedro Pascal, Vanessa Kirby, Joseph Quinn e Ebon Moss-Bachrach têm presença, mas os personagens são tão rasos que fica difícil criar qualquer empatia real. Faltou humor, faltou tensão, faltou coração. E por mais que o filme tente se levar a sério, ele nunca parece acreditar de verdade na história que tá contando. É como se ele estivesse preso entre o peso de ser um reboot da Marvel e o desejo de ser autoral, estilizado e no fim, não é nem uma coisa, nem outra.
Muita gente comentou que essa é a melhor versão cinematográfica do Quarteto Fantástico até agora. E talvez até seja, mas isso diz mais sobre o fracasso dos anteriores do que sobre a qualidade desse novo. É como ser o menos pior numa sequência de erros. A sensação que fica é que Primeiros Passos tem tudo pra ser algo grande, mas se contenta em ser bonito. E bonito sozinho, no cinema, não sustenta filme. Nota: 4,5/10





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