Os Radleys
- Laercio Barbosa
- 14 de mar.
- 2 min de leitura
Peter e Helen Radley (Damian Lewis e Kelly Mcdonald) tentam criar seus filhos sem informar a eles que todos os membros da família são vampiros. Até que um certo dia um inesperado evento mortal acontece e os jovens da família passam a querer saber mais sobre seus poderes escondidos. E quando a polícia passa a se envolver no cotidiano dos Radley, o tio Will (também feio por Damian Lewis) entra em ação.
Baseado no livro homônimo do autor Matt Haig, Os Radley é daqueles filmes bem-humorados que tentam desvirtuar/parodiar um tropo sangrento e quem sabe fazer algumas críticas sociais no meio do caminho. É com infelicidade que digo que esta adaptação fracassa nestes objetivos, deixando sem vida qualquer aspecto cômico e metafórico de sua história por meio de planos e enquadramentos que soam totalmente desinteressados sobre seus personagens - note como as cenas de transformação vampírica ou de confronto entre estes personagens são elaboradas sem qualquer pingo de criatividade.
Entre todas as tentativas de fazer qualquer coisa com o material-base, talvez a pior delas esteja resguardado ao campo do humor, pois praticamente nenhuma piada funciona: seja com os comportamentos peculiares de cada membro da família Radley ou com a obsessão paranóica de um vizinho que está de olho neles ou até mesmo com as trapalhadas dos policiais em busca de pistas. A comédia que poderia estar presente em diversas situações de um clã familiar tentando se passar por “normal” simplesmente não é alcançada e a sátira fica só no plano da teoria mesmo.
Quem tenta dar um pouco de ânimo ao projeto é o ator Damian Lewis ao interpretar dois papéis bem distintos aqui, mas isso não é suficiente para retirar do filme aquele carão sem-graça que sai do roteiro e extravasa para a execução das cenas. Há uma tentativa de criar um grande final violento que une a família em um evento perigoso em comum, mas até isso é reproduzido com uma preguiça extrema, prejudicando aquele que podia ser o ponto alto da narrativa.
Nota: 3,5 Em cartaz nos cinemas
Comments