O brutalista
- Diego Nicolau
- 11 de fev.
- 1 min de leitura
O Brutalista é um filme que busca grandiosidade em diversos aspectos, desde sua estética até sua duração extensa. No entanto, essa ambição nem sempre se traduz em uma experiência cinematográfica coesa. Dividido em duas partes, o longa apresenta um primeiro ato promissor, mas perde força considerável na segunda metade.
Fugindo da Europa pós-guerra, um arquiteto visionário chega à América para reconstruir sua vida, carreira e casamento. Sozinho em um novo país estranho, ele se estabelece na Pensilvânia, onde um rico e proeminente industrial reconhece seu talento.
O que há de mais impressionante em O Brutalista são seus cenários. A composição visual explora ambientes arquitetônicos frios e imponentes que dialogam diretamente com a proposta do filme.
Curiosamente, esses elementos de destaque foram viabilizados, em grande parte, pelo uso de inteligência artificial.
Por outro lado, o roteiro se mostra o ponto mais fraco da obra. O filme apresenta um epílogo que revela um detalhe intrigante sobre a construção central da trama, algo que poderia enriquecer a experiência se tivesse sido melhor trabalhado. No entanto, essa informação surge sem qualquer pista ou desenvolvimento ao longo da narrativa, tornando-se um recurso pouco orgânico e que evidencia as fragilidades do texto.
No fim, O Brutalista parece acreditar ser maior do que realmente é. Sua primeira parte merece reconhecimento pelo impacto e pelo ritmo bem conduzido, mas a segunda metade, após o intervalo, se torna arrastada e sem a mesma força narrativa.
O resultado é um filme que até impressiona esteticamente, mas que falha em construir uma história à altura de sua ambição.
6.0/10
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