Somebody Cares - Festival de Sundance
- Fernando Gomes
- 25 de jan.
- 2 min de leitura
“Somebody Cares” rapta sua atenção nos primeiros segundos do curta e te mantém engajado, implorando por mais no momento em que termina.
A história acompanha um homem imoral e endividado indo comemorar seu aniversário sozinho, afinal, suas ações fizeram com que ninguém se importasse com ele. Porém, isso não é verdade, já que o assassino de aluguel claramente se importa o suficiente para ir cobrar suas dívidas. Desesperado e sem saber para onde ligar, nosso protagonista tenta contato com sua irmã, a única pessoa que pode lhe ajudar, adiantando metade de uma herança prometida para ele.
Julien Lasseur é um diretor veterano no mundo dos curta-metragens. Tendo sido premiado em outros festivais, ele traz uma visão artística clara e pontual que vem da experiência de trabalhar com esse formato. O texto de Brian Groh acerta bastante no tom cômico e na breve relação entre sequestrador e sequestrado, que poderia muito bem ser estendida em um projeto maior. Tudo isso é amarrado por uma fotografia que transmite a privação de liberdade do sequestro, com composições que constantemente marcam a presença do perigo.
O elenco principal tem uma química palpável, mas é Shawn Parsons, com uma atuação comprometida — e realista —, que traz algo especial para o curta. A interpretação, que considera como seria se comunicar com a traqueia quebrada, é um detalhe que demonstra o entendimento da situação e também a atenção ao texto presente no curta.
“Somebody Cares” termina com, possivelmente, sua melhor cena e te deixa triste pelo final abrupto que encerra essa história super divertida. A junção de todos os elementos entrega um curta excelente que, apesar de utilizar bem o formato, poderia servir como prova de conceito para um longa. Julien Lasseur e Brian Groh são cineastas que merecem ser acompanhados.
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