Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba - Castelo Infinito (2025)
- Diego Nicolau
- 15 de set.
- 2 min de leitura
Demon Slayer – Castelo Infinito marca um dos momentos mais aguardados da franquia e inaugura a trilogia que adapta o arco final do mangá. Dirigido por Haruo Sotozaki e animado pela ufotable, o filme se apresenta como um espetáculo audiovisual que reafirma por que a série se tornou um fenômeno global. Desde os primeiros minutos, é evidente que a produção se supera tecnicamente: a animação atinge um novo patamar, com movimentos fluidos, texturas refinadas e um cuidado minucioso no design dos cenários. As batalhas, coração pulsante da obra, são coreografadas com precisão cinematográfica, misturando dinamismo, dramaticidade e um senso estético que eleva cada confronto a um momento memorável.

Além do brilho técnico, o longa dá continuidade ao desenvolvimento emocional dos personagens. Tanjiro aparece mais maduro e determinado, vivendo dilemas internos que reforçam sua evolução como protagonista. Zenitsu, embora tenha menos tempo de tela, protagoniza uma luta rápida, porém intensa, marcada pela carga emocional que permeia todo o seu arco. Já o antagonista Akaza ganha uma profundidade rara, com flashbacks que explicam suas motivações e o transformam em algo mais do que apenas um vilão. Essa humanização dos personagens, tanto heróis quanto demônios, é um dos grandes trunfos do filme, tornando cada embate carregado de significado.
O Castelo Infinito em si é uma atração à parte. O cenário labiríntico, mutável e opressor funciona quase como um personagem, impondo um clima de tensão constante. A trilha sonora e o design de som amplificam essa atmosfera, variando entre momentos de silêncio calculado e explosões sonoras que acompanham as lutas. Essa fusão de imagem e som reforça o impacto emocional do longa, transformando cada sequência de ação em uma experiência sensorial completa.
Ainda assim, Castelo Infinito não está livre de tropeços. O maior deles é o uso excessivo de flashbacks durante os momentos mais intensos de combate. Embora sirvam para aprofundar personagens e contextualizar emoções, essas quebras no ritmo comprometem a fluidez das cenas, interrompendo o impacto de confrontos que poderiam ser ainda mais avassaladores se mantivessem sua cadência natural. Além disso, personagens queridos, como Inosuke, acabam ficando em segundo plano, com aparições rápidas demais para o peso que têm na narrativa. Essa desigualdade na distribuição de atenção pode frustrar parte do público, especialmente aqueles que esperavam um foco maior no trio protagonista.
Outro ponto é que, por ser o primeiro de três filmes, Castelo Infinito funciona mais como preparação do que como conclusão. Ele constrói expectativas e entrega batalhas grandiosas, mas deixa muitas resoluções para as próximas partes. Para os fãs, isso não é necessariamente um problema; para espectadores casuais, pode soar como uma obra incompleta.
Mesmo com esses deslizes, Demon Slayer – Castelo Infinito cumpre o que promete: é um espetáculo visual arrebatador, com ação coreografada em nível altíssimo, personagens emocionalmente complexos e um cenário que reforça o clima de urgência do arco final. É um filme que impressiona tanto pelo visual quanto pela emoção, e que mostra o quanto a ufotable domina a linguagem cinematográfica ao adaptar uma obra originalmente seriada. Para quem já acompanha a jornada de Tanjiro e companhia, é uma experiência imperdível, que mantém a chama da série acesa e prepara o terreno para um desfecho épico. Nota: 9.0/10





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