Sorria 2
- Diego Nicolau
- 17 de out. de 2024
- 2 min de leitura
A maldição sorridente retorna em Sorria 2, trazendo uma história melhor e mergulhando ainda mais fundo no universo que aterrorizou o público no primeiro filme. Dessa vez, seguimos a vida da estrela pop Skye Riley, interpretada por Naomi Scott, que vê seu mundo perfeito desmoronar após presenciar a morte de um antigo colega de escola. A partir desse evento traumático, ela começa a ser perseguida por uma figura com um sorriso perturbador que aparece em seus fãs, amigos e estranhos. Esse sorriso sinistro não só desafia a sanidade de Skye, mas também a faz confrontar segredos de seu passado.
A sequência não se limita a repetir a fórmula de seu antecessor. Em vez disso, Sorria 2 expande a mitologia da entidade por trás da maldição, oferecendo novas camadas à trama. O filme mantém o clima de tensão constante, mas agora brinca ainda mais com a percepção do que é real ou imaginário.
Um dos grandes acertos de Sorria 2 é sua abordagem dos traumas. Enquanto muitos filmes de terror falham ao tocar superficialmente nesse tema, a sequência se aprofunda na psique da protagonista, resultando em um suspense psicológico que ultrapassa o simples terror. O roteiro amarra bem as pontas soltas, proporcionando uma narrativa coesa que, mesmo com menos sustos do que o primeiro, ainda consegue surpreender o público com jumpscares pontuais.
Na direção, o filme acerta em cenas de grande impacto, como uma sequência dentro de um carro que é de tirar o fôlego. Contudo, em outros momentos, o uso repetitivo de ângulos, como a câmera de cabeça para baixo, acaba perdendo o efeito e gerando uma sensação de déjà vu. Mesmo assim, a direção é eficiente e contribui para o clima de tensão que permeia a trama.
Naomi Scott entrega uma performance sólida, carregando o filme com uma atuação intensa e emocional. Seu retrato de uma mulher à beira do colapso é convincente, e seu talento eleva o material, tornando as situações mais críveis e, em certos momentos, comoventes.
Se há um ponto a ser criticado, seria a duração do filme. Com pouco mais de duas horas, Sorria 2 acaba sofrendo com um ritmo arrastado em sua metade, o que pode afastar o espectador que espera um terror mais dinâmico. Além disso, a redução nos momentos de terror em relação ao primeiro filme faz com que a sequência flerte perigosamente com a monotonia em certos pontos, antes de alcançar seu clímax.
No fim, Sorria 2 é uma sequência sólida, que mantém a essência do original, mas oferece algo novo, especialmente para aqueles que buscam um terror mais psicológico e menos dependente de sustos fáceis. Ainda que não supere seu predecessor em termos de entretenimento, a história bem construída e a excelente atuação de Naomi Scott devem agradar aos fãs do primeiro filme e aos que apreciam um suspense inteligente.





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