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Reina

  • Diego Nicolau
  • 8 de out. de 2024
  • 2 min de leitura

FESTIVAL DO RIO - POR FERNANDO GOMES

(@_fgdalmeida)


Reinas ganha seu nome pelo apelido que o Pai de duas jovens peruanas lhes dá. A obra vai acompanhar uma família em 1992, vivendo em Lima durante um período sócio-político extremamente conturbado. Momento da história repleto de ataques considerados terroristas e de combates do governo Peruano contra grupos insurgentes de esquerda.

Nessa história acompanhamos um pai ausente tentando se reconectar com suas filhas antes de saírem do país com sua . Carlos é um homem que nunca teve o anseio de ser uma figura paterna presente, mas conta histórias para suas filhas para ser visto como um grande homem. Esse relacionamento está obviamente fraturado e a princípio as meninas pouco se importam com ele, com o fato de que vão embora do Peru ou de que ele queira estar presente. Mas, na eminência de se ver sem elas Carlos se vê desesperado por uma reconexão.


Essa reconexão vem, a princípio de forma tímida, com as meninas explorando a boa índole do Pai para satisfazer suas próprias vontades e é aqui que Reinas começa a falhar pra mim. O filme, assim como todos seus personagens, possui uma dificuldade gigantesca de comunicar qualquer emoção. Tudo parece nunca carregar um peso verdadeiro, principalmente porque nunca conhecemos esses personagens individualmente, apenas em relação um ao outro. E essa falta de contexto vai permear a obra por completo.

Para um filme que retrata uma época onde se existia um toque de recolher, conflitos constantes e ataques terroristas, a presença de um cenário catastrófico parece tão ausente quanto o Pai. Claro, um dos temas do filme é sobre as diferentes facetas do egoísmo que todos carregam e lhe impedem de ver as necessidades do próximo, mas aqui a falta de empatia parece frieza. Me custa acreditar que

nenhum dos pais das meninas iria falar sobre como viver uma vida análoga a ditadura é infinitamente pior como opção do que elas realmente irem morar nos EUA.


Existem algumas subtramas que nunca levam a nada, mas o pior pra mim foi a frieza com a qual tudo foi entregue. O filme tem o coração no lugar certo, principalmente quando reflete sobre como o egoísmo corrompe um núcleo familiar e que não necessariamente os pais analisam além de si mesmos para tomar decisões. Mas, ele não consegue me fazer sentir nenhuma emoção, do início ao fim todo momento que me conectaria com os personagens parece ou ficar na superfície, ou ser evitado.

Existem momentos lindos e atuações sólidas, mas no geral é um filme que não impressiona.

 
 
 

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