Não fale o mal (2024)
- Diego Nicolau
- 11 de set. de 2024
- 2 min de leitura
Desde o anúncio deste remake, eu já estava cético. A prática dos estúdios de revisitar obras recentes para refilmagens sempre me pareceu desnecessária, e este caso não foi diferente. Mesmo sem ter assistido ao original, a ideia de uma nova versão já me causava desconforto. No entanto, ao finalmente conferir o filme, fui surpreendido.
O enredo acompanha uma família que, ansiosa por um merecido descanso, decide passar suas férias no campo. O que deveria ser um retiro relaxante rapidamente se transforma em um pesadelo. A premissa, embora simples, é executada de maneira eficaz. O filme consegue construir uma tensão crescente que prende a atenção do espectador do início ao fim. Cada cena é carregada de uma angústia quase palpável, deixando-nos constantemente na expectativa de que algo terrível está prestes a acontecer — mas o momento exato sempre nos escapa, aumentando ainda mais a tensão.
Diferente do terror tradicional, onde os sustos são o principal recurso, este filme aposta em uma atmosfera de estranheza. A construção desse ambiente é feita de maneira meticulosa, criando uma sensação de desconforto constante, que acaba sendo mais eficaz do que muitos sustos previsíveis.
O elenco, em sua maioria, entrega boas performances. Scoot McNairy, no entanto, encarna o personagem mais insosso do ano, provocando mais raiva do que empatia. Por outro lado, Mackenzie Davis e as crianças do elenco estão excelentes, mas é James McAvoy quem realmente rouba a cena. Sua atuação é tão impressionante.
Um ponto interessante é que o filme não se leva totalmente a sério. Há momentos em que ele chega a satirizar o próprio gênero, trazendo um frescor inesperado à narrativa. No final das contas, este remake, que parecia desnecessário à primeira vista, se revela uma experiência cinematográfica envolvente e até mesmo divertida.
Se você gosta de filmes que jogam com suas expectativas e oferecem uma tensão constante, este é, sem dúvida, uma ótima escolha para assistir no cinema.
Nota: 7.0/10







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