Faça ela voltar
- Diego Nicolau
- 7 de jul.
- 2 min de leitura
Tem filmes de terror que mexem com a gente pelo desconforto. E tem outros que simplesmente cansam. Faça Ela Voltar tenta ser o primeiro, mas pra mim, caiu direto no segundo.

Dirigido pelos mesmos irmãos de Talk to Me (que eu achei bem mais legal), o longa chega prometendo tensão, luto, sobrenatural e uma vibe “A24 de ser”. Mas o que recebi foi um filme arrastado, sem catarse e que não fecha a própria proposta.
A trama gira em torno de dois irmãos adotados, lidando com traumas do passado e uma mãe adotiva estranha, vivida pela ótima Sally Hawkins.
O filme aposta pesado na estética pra construir uma tensão. Só que, na real, parece que o visual tenta cobrir o que o roteiro não entrega. É como se tivessem jogado um monte de coisa pra ver se alguma cola – ritual, entidade, culpa, luto, trauma, mas nenhuma dessas ideias se fecha de verdade.
A certa altura, você já entendeu o tom. Só que o filme continua martelando, martelando… e não leva pra lugar nenhum. Dá aquela sensação de estar vendo algo “profundo” só porque é denso, e não porque realmente comunica algo.
Eu gosto filme de terror que te deixa desconfortável. Mas aqui, o desconforto vira quase cansaço. O luto que deveria servir como fundo emocional acaba sendo só uma âncora que te puxa pra um vazio dramático. Nada se resolve, e o final – que era a chance de amarrar tudo – fica no ar, como se fosse “artístico”. Mas pra mim, foi só frustrante.
“Faça Ela Voltar” é bonito de olhar, tem estilo, mas falta alma. É um daqueles filmes que te faz sair do cinema perguntando: “era só isso?”
Se você curte terror psicológico só por aquela opressão contínua, pode até funcionar. Mas se você curte quando o roteiro fecha, quando a história te dá algo pra levar… esse aqui vai te deixar no vácuo.
Nota: 4.0/10
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