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A Hora do Mal (2025)

  • Diego Nicolau
  • 6 de ago.
  • 2 min de leitura
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“A Hora do Mal” (2025) é o novo terror psicológico de Zach Cregger, diretor de Noites Brutais. A trama gira em torno de um evento inexplicável: todas as crianças de uma mesma sala de aula desaparecem na mesma noite, exatamente no mesmo horário todas, exceto uma. O mistério abala a comunidade, que se vê consumida por teorias e suspeitas. É nesse clima de tensão que o filme mergulha em uma narrativa fragmentada, densa e provocadora, explorando o medo, o luto e o desconhecido.


À primeira vista, pode parecer apenas mais um suspense sombrio sobre violência e trauma, mas o filme logo se revela muito mais: uma experiência narrativa única que intercala os pontos de vista de diversos personagens, criando um verdadeiro quebra cabeça investigativo. O roteiro é ousado ao não seguir uma linha reta, em vez disso, vai costurando lentamente a percepção de diferentes envolvidos até formar, lá no fim, uma visão mais ampla e perturbadora do que realmente está em jogo.


O que mais impressiona em A Hora do Mal é a direção de Zach Cregger. Ele conduz a história como se fosse um mosaico vivo, onde cada personagem revela uma peça importante, mesmo que nem todos sejam essenciais no desenrolar direto da trama. Ainda assim, suas presenças ajudam a construir a atmosfera desconcertante e, aos poucos, entregam ao público a sensação de que tudo está interligado por fios invisíveis. Não é à toa que o filme foi comparado a obras como Magnólia e Pulp Fiction, não pela temática, mas pela forma como as histórias se entrelaçam e nos mantêm atentos aos mínimos detalhes.


Mas vale o aviso: esse não é um terror convencional. Se você procura aquele susto fácil, que vem com barulho alto e jumpscares previsíveis, talvez essa não seja a experiência ideal. A Hora do Mal aposta em uma construção lenta, focada na ambientação e no desconforto crescente. Os sustos estão ali, mas surgem como consequência do enredo, nunca como artifício. Isso faz do filme algo mais marcante.


O impacto que o filme causa está justamente nessa entrega. Ao montar esse quebra cabeça junto com os personagens, o espectador se vê envolvido por um sentimento de inquietação constante. E mesmo quando algumas peças parecem não se encaixar de imediato, a confiança na direção segura de Cregger faz com que cada cena contribua para a tensão geral que se acumula até os momentos finais.


Em resumo, A Hora do Mal é uma das obras mais intrigantes e bem dirigidas do terror recente. Um filme que vai muito além do medo imediato, apostando em construção narrativa, tensão atmosférica e múltiplas perspectivas para entregar uma experiência única. Um terror que respeita a inteligência do espectador e que, por isso mesmo, fica na cabeça. Nota: 7.5/10

 
 
 

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